2020.1
PARQUE DAS SUCUPIRAS
Durante a preparação para o semestre remoto, em meados de 2020, tomamos conhecimento das atividades da Associação Parque Ecológico das Sucupiras (APES), cujos membros encontravam-se, novamente, enfrentando os avanços da urbanização das chamadas Quadras 500, na região administrativa do Sudoeste.
Preocupados com os efeitos desta ação sobre o futuro do área, onde se encontra um dos últimos remanescentes do Cerrado nativo em Brasília, foram somados esforços para desenvolver as primeiras aproximações de um Estudo Preliminar para o Parque das Sucupiras.
A estrutura da disciplina segue seu formato regular, dentro do currículo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB, iniciando com uma unidade de aulas teóricas. A aproximação com a prática projetual se dá a partir da segunda unidade, com a elaboração de um diagnóstico da área, seguido do desenvolvimento do Estudo Preliminar.
Fotos da visita ao local, em setembro de 2020, com o prof. Leandro Cruz e membros da APES, representada por Fernando Lopes, Jane Vilas Boas, Madalena Rodrigues e Rosa Cristina Cartagenes.




MÓDULO TEÓRICO
PROJETO E PLANEJAMENTO DA PAISAGEM
O semestre letivo se inicia com uma aproximação geral ao tema da Paisagem na escala da cidade e do território. Tendo passado pelo componente curricular Projeto de Paisagismo 1, as estudantes já contam com uma formação sólida sobre o campo do Paisagismo do ponto de vista de seu histórico, da metodologia de projeto na escala de jardins e praças, além de terem certo domínio com relação à identificação e seleção de espécies vegetais aplicadas ao projeto.
O aprofundamento teórico e conceitual desta disciplina tem, como finalidade, oferecer aos estudantes uma leitura do campo da paisagem urbana e do paisagismo enquanto camadas integradoras da cidade. Estuda-se, para isto:
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como o planejamento da paisagem deriva e se integra ao estudo da paisagem urbana;
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a relação intrínseca entre o sistema físico urbano e o sistema social, com uma perspectiva crítica sobre como os espaços são a expressão e, ao mesmo, tempo agentes de reprodução da segregação sócioespacial;
Alguns conteúdos foram trabalhados apenas ao final do semestre, em paralelo ao desenvolvimento da atividade de projeto:
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abordagens contemporâneas sobre o Projeto da Paisagem: Urbanismo da Paisagem Landscape Urbanism) e Urbanismo Ecológico;
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a natureza do sistema de espaços livres públicos e seus elementos constituintes;
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o Projeto da Paisagem e sua relação com os Serviços Ecossistêmicos.
DIAGNÓSTICO
SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS
Mediando, grosso modo, o módulo de introdução teórica e a experimentação em projeto, elaborou-se um diagnóstico coletivo da área do Parque das Sucupiras, entendido como parte de um sistema de espaços livres públicos. Esta etapa tem como propósito fazer o reconhecimento dos elementos que constituem a paisagem e suas categorias avaliativas, de modo a ler, no espaço urbano, as fraquezas e as potencialidades existentes para a qualificação do sistema de espaços livres. Nesta edição do semestre 2020.1, levou-se em consideração o leque de expectativas sociais implícitas no espaço urbano, segundo as dimensões morfológicas. Foi considerada, também, a necessidade de revisar a minuta do Plano de Manejo elaborada pelo IBRAM, tendo em face os riscos a que área e seus principais usuários vêm enfrentando por conta do empreendimento imobiliário das Quadras 500 no Sudoeste.
O diagnóstico foi sistematizado como um documento único, representativo desta edição da disciplina, e serviu como referência para que os estudantes, reorganizados em cinco equipes, desenvolvessem Estudos Preliminares como exercício de projeto.
ESTUDO PRELIMINAR
PARQUE ECOLÓGICO DAS SUCUPIRAS
Após elaboração de um diagnóstico sobre a área do Parque Ecológico das Sucupiras, baseado em levantamentos de dados sobre a área e da generosa contribuição de membros da Associação do Parque Ecológico das Sucupiras (APES), as estudantes passaram a desenvolver o Estudo Preliminar para o parque, como um exercício de Introdução ao Projeto Paisagístico em espaços urbanos.
Importa considerar, como componentes do projeto, elementos como sítio, programa e partido, além da exploração inicial da análise dimensional no processo de projeto que passa, necessariamente, pela consideração das expectativas sociais locais. Sugere-se, ainda, dar foco na complementaridade entre tipos de espaços livres públicos, desde ruas e praças ao projeto do parque urbano.
Ao longo de oito semanas, a partir de fins de outubro de 2020, os estudantes se debruçaram sobre a nova etapa do trabalho. Neste período, tiveram a oportunidade de conversar com convidadas que aprofundaram questões como Metodologias do Projeto da Paisagem, Aspectos Bioclimáticos da Análise do Espaço Urbano, Análise Dimensional e Serviços Ecossistêmicos. Marcando um intervalo em meio ao processo de desenvolvimento do trabalho, foi realizada uma apresentação intermediária, com a apreciação crítica de membros da APES como convidados.
